A História da Economia Socialista Moçambicana
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Date
2024
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Volume Title
Publisher
Revista de História Outros Tempos
Abstract
Este artigo tem como objetivo caracterizar a economia moçambicana que decorreu entre os anos de 1975 a 1990, período que se convencionou chamar de socialista, em que o governo pós-colonial adotou o Marxismo-Leninismo como instrumento político e ideológico de exercício do poder económico, político e social, seguidos pelos países socialistas, como a URSS, Iugoslávia, Bulgária, Checoslováquia, Alemanha Oriental (RDA), Hungria, Polônia, China, Cuba, etc. Influenciando o governo a recriar reformas de desenvolvimento baseadas nas experiências dos países socialistas. Este artigo se focou na pesquisa bibliográfica e documental para descrever e caracterizar o modelo de organização económica do período que se convencionou chamar de socialista.
Palavras-chave: Economia socialista. Marxismo-Leninismo. Moçambique.
This article aims to characterize the Mozambican economy during the years of 1975 and 1986, a period conventionally called socialist, in which the post-colonial government adopted Marxism-Leninism as a political and ideological instrument for exercising economic, political and social power, as followed by other socialist countries such as the USSR, Yugoslavia, Bulgaria, Czechoslovakia, East Germany (GDR), Hungary, Poland, China, Cuba etc. The government was influenced to recreate development reforms based on the experiences of socialist countries. This article focused on bibliographical and documentary research to describe and characterize the economic organization model of this period which was conventionally called socialist.
Keywords: Socialist economy. Marxism-Leninism. Mozambique.
Resumen: Este artículo tiene como objetivo caracterizar la economía mozambiqueña que tuvo lugar entre 1975 y 1986, período convencionalmente llamado socialista, en el que el gobierno poscolonial adoptó el marxismo-leninismo como instrumento político e ideológico para el ejercicio del poder económico, político y social, por países socialistas como: la URSS, Yugoslavia, Bulgaria, Checoslovaquia, Alemania del Este (RDA), Hungría, Polonia, China, Cuba, etc. Influenciando al gobierno para recrear reformas de desarrollo basadas en las experiencias de los países socialistas. Este artículo se centró en una investigación bibliográfica y documental para describir y caracterizar el modelo de organización económica del período que convencionalmente se llamó socialista.
Palabras clave: Economía socialista. Marxismo-Leninismo. Mozambique.
Description
Este artigo pretende ser uma contribuição para a construção da história económica contemporânea de Moçambique de 1975 a 1990, período que se convencionou chamar de socialista. O movimento Frente de Libertação de Moçambique (FRELIMO) conquistou a independência do país em 1975 e dotou, em 1977, o Marxismo-Leninismo como instrumento ideológico de exercício do poder económico, político e social, seguidos pelos países socialistas, como a URSS, Iugoslávia, Bulgária, Checoslováquia, Alemanha Oriental (RDA), Hungria, Polônia, China, Cuba, etc, influenciando o governo a recriar reformas de desenvolvimento baseadas nas experiências dos países socialistas com os slogans como: “abaixo ao colonialismo;” “abaixo ao capitalismo”, etc., marcando, assim, o fim de uma sociedade colonial.
Nesse período, ocorreu uma efervescência popular, marcada pela alegria de ter-se conquistado a independência nacional. As escolas e as fábricas foram enfeitadas com fotografias de Marx, Lênin e do primeiro presidente da República Samora Machel (Brito, 1991; Bruck, 1998; Brochman e Ofstad, 1990; Maloa, 2011; Bellucci, 2007). Esses acontecimentos foram os primeiros passos fundamentais para a transformação das relações sociais de produção no nosso País. Criaram-se as condições para a organização e o desenvolvimento de empresas estatais, cooperativas agro-pecuárias e machambas2 coletivas constituindo, assim, o início da socialização do campo, com a mobilização do trabalho coletivo, das cooperativas e das aldeias comunais ganhando amplas massas populares. Em todas as províncias, com enorme entusiasmo, foram abertas as numerosas machambas coletivas, camponeses criaram cooperativas e começaram a edificar aldeias comunais (Machel, 1978), orientadas pela aliança entre operários e camponeses. Como dizia Samora Machel, o partido está sob a direção da classe operária “[…] numa aliança voluntária e militante, os intelectuais revolucionários e outros trabalhadores, forjados e temperados na luta contra a exploração do homem pelo homem, pela vitória dos interesses populares” (Machel, 1978, p. 93).